Sonhos


Tenho pensado muito sobre realização de sonhos…
As pessoas, em geral, associam sonhos com a ilusão de “viver nas nuvens” ou lidam com essa perspectiva de uma forma muito negativa, como se não fosse possível realizá-los. Tem quem diga que a vida é muito difícil e não há como sonhar. Há quem diga que não tem sorte e por isso não realiza.
No mundo do empreendedorismo, percebo outra corrente de pensamentos onde a realização de sonhos é palpável, porém, ainda assim, o risco de manter essa possibilidade de dar asas à imaginação permeia o universo empreendedor. E por que digo isso? Porque sonhar é muito mais do que, apenas, imaginar…Imaginação, ilusão e sonho. Três palavras que não dizem a mesma coisa, mas em muitos casos, aparecem como sinônimas. Vamos entender melhor sobre cada uma delas? Imaginar, na maior parte das vezes, pode ser um movimento totalmente descomprometido. Uma viagem que ultrapassa o campo da realidade. Um exemplo: “Um dia a grande oportunidade vai bater em minha porta!”. A ilusão, diz respeito à busca de um objetivo que, por mais que nos esforcemos, não será atingido. Exemplo: “Só serei feliz quando esquecer o meu passado!”. Por outro lado, o sonho só se diferencia da imaginação e da ilusão quando ancorado na realidade e na atitude.
É hora de observar como estamos escrevendo a nossa história. É aí que entra a vírgula! Cada uma de nós vive uma história muito particular, mas todas nós temos algo em comum. Vivemos experiências humanas que incluem aspectos positivos, que nos elevam e nos desenvolvem, mas também vivemos aspectos que nos desafiam. Faz parte de nossa história a alegria, satisfação, conquista e tudo isso é muito bem vindo. Em paralelo, como desafio maior, vivenciamos perdas, frustrações, desilusões, rompimento de vínculos. Esses episódios desafiadores nos remetem à nossa tenra idade, idade em que nos sentíamos indefesos, frágeis e esperávamos que alguém pudesse nos salvar. Muitas vezes, esse alguém aparecia e nos oferecia o reconforto necessário para continuar a caminhada. Outras vezes, que não foram poucas, esse alguém não estava lá.
Eis um momento delicado na vida humana. Momento em que somos tomados pela descrença e pela impotência. Isso cria um registro que marca parte da nossa história e nos impele a dar um ponto final. Momento em que sacramentamos crenças de que a realização é algo distante e que, possivelmente não conseguiremos sobrepujar e ultrapassar esse limite. A história chegou ao fim!
Muito pelo contrário! Tudo está, apenas, começando! Sua história é escrita a cada dia. Não são as experiências que definem quem você é. O que te define é a forma como lida com o que te acontece. Sendo assim, observe-se. Posso apostar que, em geral, você amplifica mais as suas características frágeis do que suas potencialidades. Isso inclusive é muito comum no meio empreendedor. Já reparou que as habilidades a serem desenvolvidas são mais focalizadas do que as habilidades inatas? O tempo todo calculamos o que ainda não sabemos e temos que aprender, ao passo que, pouco falamos e pouco enaltecemos o que já existe, o que já sabemos, como se nunca fossemos o suficiente.
A proposta aqui é inverter a lente de aumento e lançar o olhar sobre o melhor da história e lembrar que o ponto final não encontra lugar na vida de quem sonha. E para sonhar é preciso manter a conexão com dois grandes alicerces: realidade e atitude. Então, finque pé na realidade e tome sua primeira atitude. Prossiga com a sua história. Troque o ponto final por uma vírgula e continue escrevendo.